sábado, 27 de março de 2010

A velhinha, a galinha e os ovos de Páscoa


Numa pequena aldeia, havia uma pequena casa. Nesta casa morava uma velhinha. Ela criava uma galinha e um coelho. A galinha tinha seu ninho embaixo da escada e lá botava seus ovos. O coelho vivia solto pelo gramado que circundava a casa. A galinha cacarejava toda vez que botava um ovo, e a velhinha corria para recolher o ovo que a galinha botava e a alimentava com boa comida.

A velhinha gostava muito da carijó, que tinha a crista vermelha, as patinhas amarelas e as penas coloridas. Gostava também do coelho, que tinha o lábio partido, as orelhas bem grandes e o pelo branco bem fofinho.

Certo dia, a velhinha escuta a galinha cacarejando tão alto e tão feliz:

_Botei, botei, botei! Até o coelho assustou-se e ficou com as orelhas em pé.

A velhinha desceu bem rápido os degraus da escada, abaixou-se e viu no ninho um ovo bem grande, com manchas multicoloridas. Era tão lindo que ela não cansou de admirá-lo.

Com muito cuidado pegou-o e levou-o para a cozinha. Ficou pensando o que faria com ele. Não podia comê-lo, pois era muito bonito e também não podia deixa-lo como enfeite, pois poderia cair e quebrar-se.

O coelho que estava ao seu lado, disse-lhe:

_E se der de presente para uma criança? A Páscoa está chegando e com certeza quem recebe-lo ficará muito feliz.

A idéia é boa, respondeu a velhinha, porém para qual criança? Eu conheço tantas. Ela pensou um pouco e exclamou:

_Já sei, vou juntar muitos ovos da galinha carijó e depois de pintá-los vou presentear todas as crianças. Saltitando e feliz, o coelho dizia:

_ Eu também vou ajudar a pintar. Assim dito, assim feito.

A galinha carijó botou muitos ovos. A velhinha recolheu-os numa cesta de vime e junto com o coelho branquinho, pintou-os. Ficaram tão bonitos. Multicoloridos. Vermelhos, verdes, azuis, amarelos, roxos. Alguns listrados., outros com bolinhas e até com flores.

No domingo de Páscoa, a velhinha os colocou numa bela cesta e o coelho branquinho distribuiu-os para todas as crianças da aldeia.


(Conto Lituano de Nijole Jankute- Tradução livre de Olga Prokopowit)

quarta-feira, 24 de março de 2010

O Peixe e a Concha - uma linda história de Verão..


Bem no fundo de um lago nadava um peixinho entre as algas.Frequentemente se demorava muito num mesmo lugar, e abanava vagarosamente suas barbatanas. Bem próximo a ele arrastava-se lentamente uma concha sobre o chão arenoso. Através da turva luz parecia ser uma pedra que ali estava. O peixinho agitou sua cauda , observou a dura concha por todos os lados, e não compreendia como uma pedra podia passear pois não havia percebido ainda os pequenos pezinhos na parte de baixo da concha, onde se distinguia uma aberturazinha. E assim a concha continuava se arrastando...
De repente o peixinho percebeu uma pequena fresta, e nadando para lá, procurou enxergar lá dentro. Mas...a abertura fechou-se !
-"Ah ! - pensou o peixinho - lá dentro mora alguém que certamente tem medo de mim ! Vou chamá-lo !"
Nadou em torno de toda a concha e disse :
" Ei ! você aí de dentro...saia ! Eu não te mordo , não !"
A concha murmurou bem baixinho :
" Por que devo sair ? Aqui me agrada muito mais ...!"
-"Saia assim mesmo ! Eu desejo olhar a tua bela nadadeira !"
-"Eu não tenho nenhuma nadadeira ...!" murmurou a concha.
Mas o peixinho não dava sossego, tinha uma vontade enorme de descerrar a concha. Então falou :
-"Saia para fora você poderá se alegrar com minhas escamas cintilantes...!"
-" Eu nem siquer tenho olhos...", respondeu a concha.
Irritado o peixinho nadou em volta dela e falou :
-" No quê devo acreditar ? Você não tem cauda, nem escamas,nem olhos...Tem apenas ambas as cascas cheias de pele ?"
-" Eu, tenho o sonho aquático..." falou baixino a concha. E este não troco nem por suas escamas , e nem pela sua cauda...!"
-"Oh! Então conte-me ", pediu o peixinho.
A concha disse: -
" Contar eu não posso. Cada dia eu pinto o sonho nas paredes da minha casca. Por isto eu quero lhe mostrar algo...mas depois, deixe-me em paz !"
Cuidadosamente a concha abriu a sua fresta e o peixinho viu em seu interior estranhas cores brilharem : vermelho, azul, verde, violeta...era um oculto brilho cintilante.
-"Oh...! É como o arco-íris nas cachoeiras...!" disse ele.
Mas a concha fechou-se novamente tão silenciosamente quanto abriu...
Em seguida ela deitou-se bem a seu lado e lá permaneceu sem se movimentar.
O peixinho, bem próximo, sentia como entrava e saia água da concha..."o sonho aquático !"...
Ainda por algum tempo ele ficou perto da concha, que externamente parecia arenosa e cinzenta, mas que interiormente escondia o mais belo milagre que já se viu.


( Jacob Streit - Coletânea Waldorf)
Enviada por Vera Ravagnani

segunda-feira, 1 de março de 2010

5º Encontra Conto

A Cia Xekmat e o Ponto de Leitura Casa Encantada realizarão em Santa Bárbara d’Oeste, SP, o 5º “Encontra Conto” - Encontro Regional de Contadores de Histórias, reunindo em quatro dias (11, 12, 13, 14 de março de 2010) grupos e profissionais da contação de história e narrativa oral de várias cidades da Região Metropolitana de Campinas e cidades vizinhas.
Durante o encontro serão realizadas oficinas, apresentações, rodas de histórias, trocas de experiências e visitações em diferentes locais da cidade.
Serão beneficiados diretamente 60 grupos, contadores de histórias e narradores orais do Estado de São Paulo, além de um público potencial, da cidade e região, estimado em mais de 6.000 pessoas, que podem participar do evento.
O Encontra Conto recebe o apoio do Governo do Estado de São Paulo pela Secretaria de Estado da Cultura, através do Edital Festivais de Arte, ProAc 07 - 2009 e também da Prefeitura municipal de Santa Bárbara d’Oeste, com gestão do Edital e do projeto de Amauri de Oliveira 
Todos os eventos são gratuitos e abertos à população.
Mais informações no blogue: http://www.encontraconto.blogspot.com/.
Os contadores interessados em participar devem fazer sua inscrição antecipadamente, copiando a ficha de inscrição, preenchendo-a e mandando para amauri_xekmat@yahoo.com.br