quarta-feira, 25 de junho de 2008

Receita de mãe

Pegue uma vasilha bem grande, bem funda e bem aconchegante.

Uma colher feita com madeira de laranjeira.

Misture ingredientes especiais dessa maneira:

Uma porção de amor

Um tico de sim

Um teco de não

Um punhado de açúcar

Uma pitada de sal

Bota um suspiro de emoção...Ai...ai...

Beijo de montão.

Não esqueça da paciência, do carinho e da compreensão.

Coloque também, de palavras de neném:

Gugu, dadá, bilú, bilú, dandá pra ganhar papá.

Mexa com ternura toda a mistura.

Mas cuidado!

Se errar nos ingredientes...

Gente, a receita pode dar errada.

Aí, ao invés de sair mãe...

Ai...ai...

Vai dar pai!

Prontinho, nossa mãe foi feita de carinho.

(Texto escrito e enviado por Roberto Isler)

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Piaba


Sai, sai, sai, piaba,

sai lá da lagoa.

Sai, sai, sai, piaba

sai lá da lagoa.


Põe a mão na cabeça.

Poe a mão na cintura.

Dá um remelexo no corpo,

dá um abraço doçura!


(Música do folclore postada por Amauri de Oliveira, a pedido dos alunos do curso de contação da Casa Encantada)

segunda-feira, 16 de junho de 2008

O caso do espelho


(Ricardo Azevedo)

Era um homem que não sabia quase nada. Morava longe, numa casinha de sapé esquecida nos cafundós da mata. Um dia, precisando ir à cidade, passou em frente a uma loja e viu um espelho pendurado do lado de fora. O homem abriu a boca. Apertou os olhos. Depois gritou, com o espelho nas mãos: - Mas o que é que o retrato de meu pai está fazendo aqui?
- Isso é um espelho - explicou o dono da loja.
- Não sei se é espelho ou se não é, só sei que é o retrato do meu pai.
Os olhos do homem ficaram molhados.
- O senhor... conheceu meu pai? - perguntou ele ao comerciante.
O dono da loja sorriu. Explicou de novo. Aquilo era só um espelho comum, desses de vidro e moldura de madeira.
- É não! - respondeu o outro. - Isso é o retrato do meu pai. É ele sim! Olha o rosto dele. Olha a testa. E o cabelo? E o nariz? E aquele sorriso meio sem jeito?
O homem quis saber o preço. O comerciante sacudiu os ombros e vendeu o espelho, baratinho. Naquele dia, o homem que não sabia quase nada entrou em casa todo contente. Guardou, cuidadoso, o espelho embrulhado na gaveta da penteadeira. A mulher ficou só olhando.
No outro dia, esperou o marido sair para trabalhar e correu para o quarto. Abrindo a gaveta da penteadeira, desembrulhou o espelho, olhou e deu um passo atrás. Fez o sinal da cruz tapando a boca com as mãos. Em seguida, guardou o espelho na gaveta e saiu chorando.
- Ah, meu Deus! — gritava ela desnorteada. - É o retrato de outra mulher! Meu marido não gosta mais de mim! A outra é linda demais! Que olhos bonitos! Que cabeleira solta! Que pele macia! A diaba é mil vezes mais bonita e mais moça do que eu!
- Quando o homem voltou, no fim do dia, achou a casa toda desarrumada. A mulher, chorando sentada no chão, não tinha feito nem a comida.
- Que foi isso, mulher?
- Ah, seu traidor de uma figa! Quem é aquela jararaca lá no retrato?
- Que retrato? - perguntou o marido, surpreso.
- Aquele mesmo que você escondeu na gaveta da penteadeira!
O homem não estava entendendo nada.
- Mas aquilo é o retrato do meu pai!
Indignada, a mulher colocou as mãos no peito: - Cachorro sem-vergonha, miserável! Pensa que eu não sei a diferença entre um velho lazarento e uma jabiraca safada e horrorosa?
A discussão fervia feito água na chaleira.
- Velho lazarento coisa nenhuma! - gritou o homem, ofendido.
A mãe da moça morava perto, escutou a gritaria e veio ver o que estava acontecendo. Encontrou a filha chorando feito criança que se perdeu e não consegue mais voltar pra casa.
- Que é isso, menina?
- Aquele cafajeste arranjou outra!
- Ela ficou maluca - berrou o homem, de cara amarrada.
- Ontem eu vi ele escondendo um pacote na gaveta lá do quarto, mãe! Hoje, depois que ele saiu, fui ver o que era. Tá lá! É o retrato de outra mulher!
A boa senhora resolveu, ela mesma, verificar o tal retrato. Entrando no quarto, abriu a gaveta, desembrulhou o pacote e espiou. Arregalou os olhos. Olhou de novo. Soltou uma sonora gargalhada.
- Só se for o retrato da bisavó dele! A tal fulana é a coisa mais enrugada, feia, velha, cacarenta, murcha, arruinada, desengonçada, capenga, careca, caduca, torta e desdentada que eu já vi até hoje!
E completou, feliz, abraçando a filha: - Fica tranqüila. A bruaca do retrato já está com os dois pés na cova!

(Versão de conto popular de origem chinesa)

(História enviada por Marília Tresca)

quinta-feira, 5 de junho de 2008

O Sapo e o Boi


Era uma vez um lago e no lago tinha brejo e no brejo tinham um bichos que andavam saltando e fazendo assim: Coach, coach, coach. Eram os: sapos!
Com vocês a história: - O sapo e o boi!
No brejo, com água por todo lado, plantas aquáticas e sapos engraçados. Os sapos estava no brejo. Saltando e cantando... : O sapo não lava o pé. Não lava por que não quer! Ele mora lá na lagoa, não lava o pé por que na quer. Mas que chulé!
No brejo tinha um sapo que queria ser maior que todos. Ele se chamava Gueri Gum.
Quando o sapo via um sapo maior que ele já inchando, bufando, estufando e perguntando: Estou maior que os sapos?
Nãoooooooooooo!
Ah, é? Então la vai! e inchava. Estou maior que os sapos?
Está!
Aí ele desinchava. Até que um dia apareceu no brejo um animal grande, um animal enorme, que fazia: Muuuuuuuuuuu, muuuuuuuuuu. Era o...Boi! Que começou a beber água.
Quando o sapo viu aquele animal colossal, não se conformou e inchou, bufou, estufou e perguntou: Estou maior que o boi?
Nããããããããão!
E inchou mais. Estou maior que o boi?
Nããããããããão!
E inchou mais. Estou maior que o boi?
Nããããããããão!
E inchou mais. Estou maior que o boi?
Nããããããããão!
Estou maior... Ai! Até que arrebentou!
Ele morreu. Bem feito. A gente não deve nunca querer ser o que não é. Sapo é sapo e boi é boi, não é pessoal?
Se bem que tem um sapo que chama sapo boi...
(História de Amauri de Oliveria e Roberto Isler enviada pelos próprios)

segunda-feira, 2 de junho de 2008

O Peixinho


Comprei um peixinho
lindo e vermelhinho
boteu no aquário
para ele morar!


O peixinho nada
nada ligeirinho
eu não sou peixinho
mas já sei nadar!



(História enviada por Amauri de Oliveira a pedido dos alunos do curso de formação de contadores da Casa Encantada)