quinta-feira, 20 de março de 2008

A História de Astrolábio


Era uma vez um menino chamado Astrolábio. È verdade, como seu nome era complicado de guardar, todos o chamavam de astro.
Astro vivia com a cabeça nas nuvens, no sol e ficava encantado, fascinado com as estrelas.
Numa noite em que o céu estava recheado de pontinhos brilhantes, astro ficou de papo com seu cachorro mágico, o Peludo.

Astro- No céééééu, lá no céu, Peludo. Você viu quantas estrelas tem no céu?

Peludo- Au, au. Eu não, não sei contar. Só sei coçar.

Astro- Sabe de uma coisa? Eu queria ser estrela e você, Peludo?

Peludo- Eu? Eu não. Deus me livre, tenho medo de altura. Gosto de ser cachorro mesmo.

Astro- Ai, Peludo. Eu acho estrela à coisa mais liiiiiinda do mundo...

Peludo- Ai, eu acho cachorro a coisa mais fooooofa do mundo...

Astro – Ser estrela é melhor. E ficar no céu... Só brilhando...

Peludo- Prefiro ser cachorro e ficar na terra ...só coçando...

Astro- Ah...como eu queria ser uma estrela...chegar lá em cima e descobrir os segredos do espaço.

Peludo – Ah, ser cachorro é que é bom. Roer osso e comer ração.

Astro- Eu gostaria de conhecer a Via Láctea, os planetas os cometas.

Peludo- Xiiii... Como você vai chegar lá ? Não sabe voar.

Astro- Eu dou um jeito, ora.

Peludo- Já sei. Você pode pegar um estilingão, um bodocão e catapiiiimba.

Astro- Êh, Peludo.Que idéia de cachorro.

Peludo- Eu sou um cachorro, uai. Então que tal um canhão, buuuum!

Astro- Tá louco? A gente pode machucar alguma estrela...

Peludo- Então eu desisto. Vou fuçar lixo...

Astro- Espera. Já sei ! O negócio é um papagaio!

Peludo- Auuuu. Cruz credo, credo em cruz. Como um bichinho daquele tamanho vai agüentar você?

Astro- Não seja bobo, Peludo. Eu estou falando de um papagaio de papel de seda.

Peludo- Ah bom, que susto.

Astro- Eu vou fazer um papagaio bem grande. Gigante, gigantoso...

Peludo- Ai, meu Deus, nem seda, nem jornal, nem papelão vai agüentar levar você pros ares.

Astro- Então eu faço com plástico, tá bom? Aí eu vou empinar com “trocentos” metros de linha dez, linha cem, linha de pesca, sei lá, uma linha bem forte e quando ele estiver bem altão, você segura enquanto eu subo pela linha...acho que vai dar certo.

Peludo- Mas... Astro...

Astro- Mas nada. Eu vou correndo fazer meu papagaio. Tchau !

Peludo- Hei! Menino doido... Coitadinho, esse destrambelhou de vez. Isso não vai dar certo! Astro! Espere por mim.

Foi um tal de mede, corta, recorta, mede de novo, corta aqui, amarra dali e o papagaio ficou pronto. Astro foi dormir e logo de manhã pulou da cama e correu pro quintal.

Astro- Prontinho, acorda Peludo. Vamos lá, dorminhoco! Olha que beleza de papagaio. Pega e leva o papagaio bem longe.

Peludo- Mas você vai tentar chegar lá nas estrelas de dia?

Astro- Vou. Até eu chegar lá, já vai ter anoitecido. Vai leva o papagaio.

Peludo- Aqui, ta bom?

Astro- Mais longe.

Peludo- Aqui?

Astro- Aí. Pode soltar. Iruuuuuu. Tá subindo, tá subindo.

Peludo- Nossa, tá passando das nuvens.

Astro- Tó. Vai empinando enquanto eu subo na goiabeira e penduro na linha.

Peludo- Isso não vai dar certo.

Astro- Xiiiiiiu, peludo! Um, dois, três e já.

Peludo- Cuidado astro! A linha arrebentou!

Astro- Minha santa do segura que eu caio!

Peludo- Eu disse, não disse?

Astro- Ai, ui, não deu certo. Ai, ui. Por sorte caí no capim. Cadê o papagaio.

Peludo- O papagaio?Ah, sim, olha lá pra cima.

Astro- Ai... Espero que pelo menos ele chegue perto das estrelas.

Peludo- E eu espero que você chegue perto da razão. Lugar de gente é na terra.

Astro- Ai, mas eu não desisto!

Peludo- Ai, não. Vai fazer outro papagaio???

Astro- Não. Vou estudar e quando eu crescer me tornar um astronauta.

Peludo- E isso aí, Astro.

Astro- É, mas por enquanto eu sou criança. E to com uma fome. Quem chegar por último é mulher do padre!

Peludo- Hei, espere por mim! Essas crianças.. . Au, au! (sai correndo atrás de Astro)

Entrou por uma porta, saiu pela outra.
Quem quiser que conte outra!




(História mandada por Roberto Isler)

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