sexta-feira, 20 de março de 2009

C O C - O GATO







HELENA ANGELA RIGHI PEIXE .

Havia um gato muito, mas muito sabido. Os ratos daquele lugar já estavam sem saber o que fazer. Os passarinhos contavam que perderam vários amigos que viraram jantar do famoso gato.

Dona Teca, avó de Zezinho também reclamava que sempre que deixava queijo ou sardinha sobre a pia, eles sumiam como mágica, mas tinha certeza que não era o Neco. Ora!! quem era o Neco? Era um bom e pacato felino que só queria dormir. Havia também um outro gato branco na vizinhança, mas também parecia tranqüilo e além do mais, freqüentava a casa.

Sempre que alguma coisa acontecia, a gritaria era geral, pois alguém via uma sombra escura correndo e logo começavam as dúvidas, quem seria ele, onde ele estava e mais, a quem caberia a incumbência de pegar o safado? A criançada se divertia, a algazarra era geral.

Quando todos estavam na sala, lá na cozinha caiam coisas, panelas, frigideiras, bules, todos tão bem arrumadinhos por Dona Teca na trempe de estimação que tinha sido de sua avó materna. É que a trempe ficava ao lado do guarda-comida, naqueles velhos tempos, em que não havia geladeira, tudo era guardado no guarda-comida e o nosso famoso ladrãozinho derrubava tudo no seu pulo. Lá corriam todos, mas, só o primeiro que chegava conseguia ver o vulto escuro do gato.

Os passarinhos chegaram a convocar uma assembléia para procurar a solução. Assembléia são várias pessoas ou animais discutindo um problema; cada um dá uma sugestão e se aproveita a melhor.

É muito bom porque sempre aprendemos com os outros, ninguém sabe tudo na vida uns sabem uma parte, outros sabem outra.

Os passarinhos estavam decididos que alguns ficariam de plantão. Plantão é alguém observando atentamente os acontecimentos, mas o gato, muito esperto, desconfiou e deixou os pássaros em paz por uns tempos, passou a atacar a cozinha de Dona Teca, e quando tomaram providências para pegá-lo, resolveu suas refeições com os ratos do quintal e na correria acordava as galinhas e começava a bagunça.

Isto tudo até que os passarinhos e Dona Teca esquecessem e facilitassem o pedaço.

E sabem quem fazia tudo isso ?

Ah! Vocês não imaginam!!!

É que o tal gato da vizinhança que era branco e não era tão bonzinho como todos pensavam, era tão esperto que disfarçava sua cor passando pelas cinzas do fogão de lenha que Dona Teca tinha no quintal.

Assim ele ficava escuro e fazia todos acreditarem ser outro gato; logo depois das estripulias, lambia-se todo e voltava a ficar branco, passando calmamente perto de todos, ouvindo as histórias do gato preto ou cinza e fazendo cara de inocente, ainda miava para pedir algum petisco que a criançada ou Dona Teca corriam para pegar. Ele conseguiu enganar a todos por muito tempo.

Mas como mentira tem perna curta um belo dia alguém entrando pelos fundos do quintal com uma lata de água, para molhar as samambaias de Dona Teca, e vendo um gato se rolando nas cinzas do fogão deu-lhe um banho e para surpresa de todos lá estava o gato branco.

Ele muito rápido fugiu, mas foi visto por todos e como todas as casas daquele tempo tinham fogões de lenha, guarda-comida e trempe ele resolveu ir para outras bandas e continuar a vida como um bom malandro.


Miau.......... miau...........miaaaauuuuuu.!!

História enviada pela autora

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