Dizem que a morte é descanso
Eu digo: prefiro viver cansado
Se morro não danço
Se danço não fico estressado
Gosto mesmo é de viver
Mas sempre ciente que o vivente
Um dia tem que morrer.
Costumo brincar com Deus
Mesmo que seja uma audácia
Pois não sei ainda como quero
morrer.
Espero não merecer, nenhum dos
castigos Seus
Quero ainda ver o pé de acácia
crescer
Florindo nos campos meus
A criançada a volta dele a
correr.
Minha mãe sempre dizia
Quero morrer de repente
Pois pra mim esta não serve
Tenho sempre algum trabalho
Começado ou em mente
Que tenho que terminar
Portanto esta que Ele não me
reserve
Porque contente não vou ficar.
Morrer afogado... Ave Maria!
Esta então, de jeito nenhum.
Só de pensar me dá agonia
Água por todos os lados!
De terra torrão algum
Senhor me livra desta
Que meus dias serão dedicados
A uma vida modesta.
Morrer queimado... Cruz credo!
Não desejo nem para o inimigo
Peço a Deus que nos defenda
Que não aconteça comigo
Pois esta nem como emenda
Eu acho que alguém mereça
Dor tão grande ou maior que esta
Duvido que alguém conheça
Morrer acidentado ai Jesus!
No meio de tantas ferragens
Senhor me tira destas paragens
Viver muito ainda quero!
Sentir o vento no rosto
Em muitas viagens eu espero!
Aproveitar bem a vida em
segurança eu quero.
Morrer doente numa cama
Esta chega a me apavorar
Mesmo quem muito nos ama
De cuidar chega cansar
Por isso meu Deus eu peço
Para o Senhor me abençoar
E desta também me livrar.
E assim eu vou brincando
Com Deus sempre no coração
Mas parece não estar gostando
Me testa com uma provação
Presenteou-me com uma doença rara
Por isso dependo de todos pra
tudo
Sei que sua ira vai passar
E com seu poder vai me curar!
Autoria: Maria da Conceição
Quirino de Paula - Nina Quirino (contadora de histórias)