Tininha era uma pequena joaninha que passeava sozinha e ao atravessar um rio escorregou num galho e caiu nas águas e começou a gritar:
- Socorro, socorro...
Ela não sabia nadar e se debatia nas águas, e acabou virando as asas para baixo e começou a remar.
Quando alcançou a margem começou a caminhar, pois precisava voltar para casa senão sua mãe ficaria preocupada.
Ao chegar começou a gritar:
- Oi mamãe, já voltei!
-Nunca mais vou me atrasar.
-Por favor, mamãe, fale comigo, eu quero te abraçar!
E sua mamãe lhe disse:
- Você não é minha filha, não queira me enganar.
- Minha filha é pintadinha, volte já para o seu lugar.
Foi neste momento que ela percebeu que estava sem suas pintinhas.
Então tininha ficou muito assustada e começou a chorar,
Precisava de suas pintinhas, para poder voltar para sua casa.
Então voltou logo para o rio, na esperança de encontrar todas as pintas das asas que ela perdeu ao nadar.
Subiu numa folha verde e foi navegando pelo rio.
E todos que encontrava, parava para perguntar:
-Você viu as pintinhas que estavam nas minhas asinhas?
- Se você encontrar , faça o favor de me avisar.
Passou embaixo da ponte, viu peixinhos, parou para admirar a natureza, e nem viu o tempo passar.
Viu o sol se esconder...
E o céu todo a se estrelar.
E voltou a navegar.
E só se deu conta de si quando foi lançada ao mar...
- Onde estou?
- Que água é essa que só fica balançando?
Agora é muito mais difícil, as minhas pintinhas encontrar.
Saiu andando na areia, de cabeça baixa, triste e chorando.
Acabou se esbarrando num sapato e ergueu sua cabecinha, era um jovem pintor que estava pintando um quadro do mar, tinha um barco lá no fundo, gaivotas a voar.
O pintor pegou tininha e pôs na palma da mão e disse:
- Você não é borboleta...
- Você não é camarão...
- Você não é siri...
- Quem é você então?
- Sou apenas uma joaninha que perdeu as pintinhas, disse ela ao pintor.
- Se você não me ajudar, não posso voltar para casa.
E o pintor muito cuidadoso começou a trabalhar. Tinha um sério compromisso; ajudar a joaninha.
Com a tinta e o pincel começou a desenhar as pintinhas de suas asas.
Quando estava retornando sua amiga inseparável correu na frente para avisar:
- Dona Joana, dona Joana, sua filha está chegando.
E assim foi preparada a grande festa para comemorar a sua volta ao querido lar.
E a sua mãe ela foi correndo abraçar.
Ducarmo Paes – Ed Noovha América
Adaptação: JOJOBA – 16-09-09