De cavalo dado não se olham os dentes
Cesteiro que faz um cesto faz um cento
De cobra não nasce passarinho
Quanto mais velho melhor o vinho.
Com a boca cheia d'água ninguém assopra
O ponto do croché se escolhe é na amostra
Coroa não cura dor de cabeça
Em receita que deu certo, não mexa!
Água fria não escalda pirão
Vaso novo não se guarda no porão
A colher é que sabe a quentura da panela
Acerto de contas é no apagar da vela.
Raio não cai em pau deitado
Só passa uma vez o cavalo encilhado
O amor louco dura pouco
Terá jeito o pau que nasce torto?
A aranha vive do que tece
No olho do dono é que o carneiro cresce
Cada um sabe onde o sapato aperta
Até o santo desconfia quando é demais a oferta.
Hóspede de três dias dá azia
Pombo escaldado tem medo de água fria
Canudo que teve pimenta guarda o ardume
Rede no gancho não pega cardume.
Em anos de boas espigas, guarda
algumas para o tempo de urtigas
Amor sem beijo só no inferno vejo
Pão quente não se dá nem ao são nem ao doente.
Flauta doce não é trompete
Em fandango de galinha barata não se mete
Cavalo esperto não espanta a boiada
Fogo de palha não faz goiabada.
(Batata Cozida, Mingal De Cará - Tradição Oral - Eloí Elisabete Bocheco)