Passara a manhã chovendo, e o
cancão todo molhado, sem poder voar, estava tristemente pousado à beira da
estrada. Veio a raposa e levou-o na boca para os filhinhos. Mas o caminho era
longo e o sol ardente. Mestre cancão enxugou e começou a cuidar do meio de
escapar à raposa. Passam perto de um povoado. Uns meninos que brincavam começam
a dirigir desaforos à astuciosa caçadora. Vai o cancão e fala:
__ Comadre raposa, isso é um desaforo! Eu se fosse você não agüentava! Passava uma decompostura!...
A raposa abre a boca num impropério terrível contra a criançada. O cancão voa, pousa triunfalmente num galho e ajuda a vaiá-la...
__ Comadre raposa, isso é um desaforo! Eu se fosse você não agüentava! Passava uma decompostura!...
A raposa abre a boca num impropério terrível contra a criançada. O cancão voa, pousa triunfalmente num galho e ajuda a vaiá-la...
Recolhido no Ceará, por Gustavo Barroso (1912) CASCUDO, Luís da Câmara. Contos tradicionais do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo, EDUSP, 1986. p. 183. |