Pelo cerrado vinha, bailarina, uma franguinha.
Pezinho na frente, outro atrás, uma ciscadinha. Depois, perna jogada pra um lado, perna jogada pro outro, algumas bicadinhas.
Sorrateira, toda sorrisos e gentilezas, a esperta raposa avistou a inocente franguinha. Cumprimentou-a e foi logo perguntando se não sentia medo durante a noite.
_ Muito, amiga raposa. Tremo, suo frio, tenho arrepios e horríveis pesadelos!
Mal consigo dormir...
_ Ora, por isso não. Vou visitá-la hoje à noite e ninguém terá coragem de incomodar a companheira. Vai ser uma tranqüilidade, você vai ver...
A ingênua franguinha, satisfeita, continuou seu passeio e, quando encontrou o camarada cachorro, alegremente, ela foi contando a novidade:
_ Amigo cão, estou agora em paz. Tudo pela bondade da camarada raposa_ e contou tudo.
Admirado, ele falou:
_ Mas você está maluca, amiga? Onde já se viu raposa visitar galinha? Será o seu fim!
Ela quase desmaiava quando o cão lhe prometeu:
_ Nem tudo está perdido. Darei um jeito nisso.
Pouco antes do sol se pôr, o cão escondeu-se no quartinho da casa da amiga.
_ Fique calada, não dê um piozinho! Se der, baú, baú: Uma frangota vai pro papo da rapasota!
Quando a raposa chegou com sua dentadura à mostra, foi procurando a ingênua franguinha, mas teve aquela surpresa! Levou uma tremenda dentada.
Como tudo aconteceu muito rápido e no escuro, a raposa não soube quem a tinha ferido. Fugiu espavorida, dolorida, além de bastante machucada.
No dia seguinte, no mato, a raposa, confusa e ainda tremendo de medo, contou para os companheiros:
_ Vocês não vão acreditar! Imaginem que, pela primeira vez, encontrei uma galinha com dentes!!!
AUTOR: Lúcia Pimentel Góes
Enviado Neusa Cia
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
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