Ninguém sabe onde foi, mas em algum lugar certamente aconteceu...
No tempo em que coisas estranhas aconteciam no mundo, vivia, numa distante e pequena cidade, um pobre viúvo que passava dias e dias fora de casa, sempre trabalhando pra sustentar suas três jovens e bonitas filhas.
Aconteceu que um dia, mais ou menos às três da tarde, uma caveira veio subindo a rua. Seus braços e canelas eram tão finos que, enquanto andava, fazia um barulho de arrepiar, como se fosse desmontar a qualquer momento: crec... crec...crac...
Ao ouvirem aquele estranho barulho, as três moças chegaram à janela e levaram o maior susto do mundo!
A caveira estava parada diante da casa delas e, pior, olhan... do para elas.
A mais velha, de olhos arregalados disse baixinho e gaguejando:
--. De... de...deus-me-livre!
O que es... es...essa ca...ca...caveira está que...querendo com a gente?
-- chi! Acho que ela fugiu do cemitério e está querendo se esconder em nossa casa! Disse a filha do meio, com os cabelos arrepiados e o coração acelerado.
-- cruz-credo! Se ela se aproximar eu sumo num pulo só! (disse novamente a mais velha.)
-- oh, céus! E eu vou atrás—(disse a filha do meio,)
-- ora essa! Que bobagem! Ela não parece ser má! Acho que ela só quer conversar um pouco. E eu digo mais: cuidado, pois as aparências enganam! Disse a filha caçula e a mais gentil e corajosa das três irmãs.
E, a partir desse dia, todas as tardes, no mesmo horário, a misteriosa caveira subia a rua fazendo crec... crec...crac, parava em frente à casa das irmãs sem dizer nada, só olhan......do.
As duas irmãs mais velhas se escondiam debaixo da cama.
Só a mais nova abria a janela e dizia:
-- Olá, senhor caveira, boa tarde!
Mas a caveira nada respondia. Continuava só olhan... do.
Assim que o pai das três moças voltou de sua longa viagem, foi logo rodeado pelas filhas, que contaram sobre a tal caveira que passava as tardes perto da casa sem nada dizer.
O pai ficou com a pulga atrás da orelha e não saiu de casa, esperando pra ver se a tal caveira aparecia.
Na hora de sempre, ela apareceu fazendo aqueles barulhos apavorantes. Parou, viu o pai das moças na porta e disse pela primeira vez com aquele jeito de caveira:
-- boa tarde! Estou querendo falar com o senhor!
-- boa tarde! Vamos entrar! -- convidou o pai com um sorriso amarelo.
A caveira entrou na sala. Ao lado do pai ficou só a filha caçula, porque as outras duas tomaram chá de sumiço, tamanho era o pavor.
A caveira foi logo dizendo o que queria:
-- estou à procura de uma esposa. Qual de suas filhas o senhor permite que case comigo?
Sem acreditar no que estava ouvindo, o pai respondeu:
-- não sei! Mas vou perguntar a cada uma. Não posso obrigá-las a casar com ninguém.
Como esperava, ouviu da filha mais velha e da do meio um não. Mas qual foi a sua surpresa ao ouvir da filha caçula, a mais linda e doce das três, um sim. Ela aceitava casar-se com a caveira.
Tudo combinado com o pai, a caveira deu-lhe dinheiro e pediu-lhe que providenciasse tudo o que fosse preciso, pois ela só voltaria no dia marcado para o casamento.
Exatamente como havia sido combinado, aconteceu.
A caveira apareceu no dia e hora marcadas com todos os convidados dela, que também eram caveiras e estavam bem vestidos e elegantes.
A caveira comunicou que o casamento seria em sua casa. Então todos a acompanharam por um longo caminho.
Em certo ponto, o noivo fez um sinal, e todos pararam perto de uma casa velha.
Então ele disse à sua noiva:
-- É aqui. Entre com o pé direito e não olhe para trás.
Ela fez tudo o que o noivo lhe pedira. Assim que ela entrou na casa, a caveira e seus convidados se transformaram em gente de carne e osso! O noivo voltou a ser um belíssimo príncipe. Ele beijou sua linda noiva, agradecendo-lhe por salvar-lhe a vida e de todos do seu reino, pois, ao aceitá-lo como marido, o encanto de uma bruxa se quebrou e tudo voltou a ser como antes. Duques, duquesas, damas e cavalheiros... todos estavam livres.
Até a casa se transformou num magnífico castelo.
O casamento se realizou, e afesta durou até o amanhecer. A alegria daquele dia e o amor do jovem casal duraram muitos e muitos anos.
Quanto às irmãs da noiva, dizem que ficaram com uma dor–de-cotovelos daquelas. Todas as tardes ficavam à janela esperando que alguma caveira encantada passasse por ali, mas isso nunca aconteceu. Acho que estão lá até hoje...
E ASSIM TERMINA MINHA HISTÓRIA.
SE NÃO GOSTOU, PARA ELA ARRANJE OUTRO FIM,
MAS NÃO BOTE A CULPA EM MIM...
(História Enviada por Neusa Cia)
Um comentário:
Linda história minha professora está trabalhando está história
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