Nos tempos antigos as tribos de índios não conheciam o fogo. Eles sentiam muito
frio e medo à noite pela falta dele. Então, um dia o pajé (o feiticeiro da
tribo) escolheu um forte guerreiro, o mais corajoso de todos, e o encarregou de
ir buscar o fogo no céu.
Japu foi o escolhido. O ritual começou: uma noite
inteira de danças, rezas e contação de histórias foi feita. E naquela noite,
por meio das feitiçarias do pajé, Japu se transformou num belo pássaro azul com
penas cintilantes e bico da cor do fogo. No primeiro raio de sol, Japu voou
para o céu de Tupã (o deus sol), para cumprir sua missão.
Lá, ele lutou muito com os raios, mas venceu. Assim, o Deus
Tupã lhe deu uma centelha de seu fogo divino, a qual ele trouxe no bico. Quando
chegou na terra, Japu finalmente deu aos homens aquele presente precioso.
Quando o pajé o desencantou, ele voltou à forma humana. Mas que tristeza! Japu
percebeu que tinha ficado com o rosto todo deformado e queimado pelo fogo
celeste! Ficou tão triste e envergonhado que pediu ao pajé que o encantasse
outra vez. O pajé o atendeu e ele virou para sempre um pássaro azul com o bico
da cor do fogo!
Então, quando vemos um pássaro azul com bico da cor do fogo
passando por perto, já sabemos que é Japu trazendo o presente precioso fogo
celeste para nós.
Adaptação de Tia Lourdes – Mitos e Lendas. Histórias que o
povo canta. Revista Família Cristã, julho de 1989.
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