"Era uma vez uma folhinha que nasceu num dia ensolarado de Primavera. Era a folhinha mais verdinha e bonita de um velho caquizeiro, e que vivia presa num ramo da árvore com as suas irmãzinhas. Todos os dias elas brincavam, dançando ao sabor da brisa do vento e gargalhavam pela vida feliz que tinham.
O tempo foi passando, o Verão entrou e o seu sol forte aquecia a folhinha que, toda vaidosa, por ser a mais bonita, se espreguiçava ao sentir o seu calor.Certo dia as suas irmãs repararam que linda folhinha já não era a mais verdinha. Agora estava ela ficando cheia de manchas amarelas e castanhas. Sim, o Outono havia chegado. O sol e a brisa do Verão tinham partido e o vento frio começava a soprar. Pouco a pouco todas as folhinhas do caquizeiro cairiam.
A partir daquele dia a folhinha ficou triste e já não tinha vontade de brincar, pois sabia que um dia seria arrancada da árvore, atirada para o chão e, provavelmente, apanhada pelo varredor das ruas e colocada dentro de um caixote do lixo.
Conforme os dias passavam a folhinha ia perdendo as suas forças, vendo as suas irmãs sendo arrancadas da velha árvore pelo vento do Outono.
A folhinha quase que não conseguia lutar contra a estação, até que um dia, o vento forte soprou, soprou, soprou… e arrancou a folhinha do ramo da árvore.
A folhinha ficou caída no chão desesperada a chorar, porque pensou que a vida dela tinha terminado ali.
Só que, nesse exato momento, passou uma menina chamada Aninha que procurava por uma folhinha para dar de presente à sua vovozinha. De repente a menina olhou para o chão e viu uma linda folha castanha e amarela, era a folhinha de Outono mais bonita que alguém já tinha visto.
A menina pegou na folha, limpou-a e levou-a para casa. Quando chegou, entregou à sua avozinha, que ficou radiante com o presente da neta.
E a linda folhinha de Outono voltou a ser feliz, para sempre aconchegada dentro do livro preferido de receitas da vovó.”
(autor não divulgado)
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